"Quanto mais se joga, mais maturidade se adquire"
O rugby por Rafaela Zanellato, destaque das Yaras. A atleta falou sobre o que o esporte é para ela e como é estar no alto-rendimento.
Vinte e um anos recém completados no fim de Novembro, alguns dias antes da conquista do 18º título Sul-Americano, no Uruguai. Apesar da pouca idade, muita história para contar. Uma história de compromisso com o rugby, que começou há alguns anos no Curitiba Rugby Clube, em sua cidade natal, Curitiba, capital do estado do Paraná.
Rafaela já tinha uma experiência dentro de outros esportes, mas logo de imediato o Rugby mostrou para ela valores que não conhecia antes. Entre os valores do Rugby, o que ela mais se apegou foi a paixão. E ela complementa: “Eu me apaixonei pelo rugby por ser completo. Além de campo, é extra campo, é família, é união, é festa, é entrega, cansaço…recomendo por ser ao mesmo tempo tão complexo e integrador”.
Não demorou para destacar-se nas competições nacionais e ser convidada para integrar o plantel das Yaras e, assim, dedicar-se ao rugby de alto-rendimento. Para Rafaela, o mais difícil de ser uma jogadora de alto rendimento é que nunca se está 100%. Há pouco tempo de descanso e o rugby passa a ser parte da vida de maneira integral e cada dia mais. Há uma cobrança pessoal todos os dias.
Mesmo assim, Rafa afirma que quanto mais o tempo passa, mais se entende o processo e não se gasta energia onde não precisa. “Há pessoas que precisam ouvir música, meditar, ou treinar algo específico antes de treinar ou jogar. Cada uma se descobre como pessoa e percebe o que é melhor. Acaba ficando menos difícil. Quanto mais se joga, mais maturidade se adquire”.
Em seu palmarés, para ela o título do torneio classificatório para o Circuito Mundial de Rugby Sevens, em 2019, em Hong Kong, é inesquecível. E, com vistas para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, cogita atuar na Europa, onde, segundo Rafa, o rugby é visto de outra forma. No entanto, jogar ao lado das amigas e ficar perto da família ainda pesam nesta escolha de atuar fora do país.
Para finalizar, quando perguntada se prefere jogar rugby sevens ou de XV, Rafaela admite que a variante de XV é muito mais estratégica, como um jogo de xadrez, bem diferente do rugby sevens, e completa: “é preciso pensar muito mais, há muito mais tempo para tomar as decisões, o cansaço é diferente. O XV ganhou espaço no meu coração, mas ainda prefiro o rugby sevens por agora”.
Certamente, Rafaela…haverá muito tempo para você poder jogar sevens e XV.