Primeiro registro oficial da nossa modalidade no Brasil foi em setembro de 1891, no Rio de Janeiro.
Brasil: 130 anos de rugby
Em 12 de setembro de 1891 – há 130 anos – era fundado no Rio de Janeiro o Clube Brasileiro de Futebol Rugby. É o primeiro registro oficial do nosso esporte no Brasil, através da criação de uma entidade associativa para a sua prática através de jovens brasileiros que tinham conhecido a modalidade enquanto estudantes no estrangeiro. As origens do rugby no país não são tão distintas das de outros esportes, mais populares, inclusive. Dentro de uma linha do tempo também.
São 130 anos de uma constante luta para romper com paradigmas e estereótipos. Em um primeiro momento, por ser considerado um esporte bastante estrangeiro. Outrora por estar associado às elites e, mais recentemente, pelo imediatismo típico brasileiro acerca dos resultados.
Infelizmente nos esportes são os resultados que dão origem a projetos, e não necessariamente o contrário.
O que se observou na última década no Brasil – em um primeiro momento no âmbito da confederação nacional - foi o estabelecimento de um projeto que deu muitos resultados. É inegável. A seleção feminina, desde o seu princípio – no início do século XXI -, é ótimo exemplo. Isso foi além e tomou forma dentro da estrutura da entidade de administração do esporte. Pouco a pouco cada federação estadual e clubes têm se adequado às respectivas missões e visões dentro do rugby brasileiro e colocado em prática um método de trabalho que, em resumo, tem apenas um objetivo: criar um ambiente fomentador, sustentável e fazer crescer o esporte no Brasil.
Obviamente, não é um processo fácil. Leva (bastante) tempo. Se todos, ou pelo menos a maioria, estiverem na mesma página (como dizem), esse tempo será menor.
Internamente, é preciso criar um canal de comunicação eficiente entre todos. Transparência. Faz-se necessário proporcionar diálogos, dividir conhecimento, unir propostas, romper desconfianças, passar por cima de caprichos e vaidades.
O ambiente – fator externo - é hostil. Dominada pelo mercado, a mídia quer a audiência, que por sua vez é obcecada pelo imediatismo, pelo resultado. Não é algo errado. É a realidade. Podemos ter a nossa própria audiência, é verdade, mas ao mesmo tempo nos fechamos em nós mesmos. Só que queremos mesmo é expandir. Contraditório isso. Desafiador.
Ao mesmo tempo – sem falar das dificuldades que a pandemia da covid-19 nos impôs – vivemos uma expansão do mercado imobiliário nas cidades grandes e médias, para todos os gostos e todos os bolsos. Faltam espaços verdes, espaços livres, campos para jogar rugby. Outro desafio. Para não falar do tempo gasto no trânsito, ou no trabalho. Ou na falta de trabalho, que impede o rugbier de seguir no esporte. Ou então no precioso tempo não gasto com a família. Mais outro desafio.
Como bons sul-americanos, temos esperança de que o rugby seja grande no Brasil (parafraseando anúncio de televisão de uma década atrás). Podem apontar quaisquer soluções, observar exemplos que deram certo, iniciativas pelo mundo que mobilizaram milhares. No entanto, uma coisa é falar. Outra totalmente diferente, é fazer. Ao fazer, conhecemos. Ao conhecer, diagnosticamos e, assim, podemos controlar. Com o controle, podemos gerir.
Ao gerir, podemos chegar onde queremos, que é fazer crescer o rugby nos três âmbitos: o escolar, o de participação e de rendimento.
Como bons rugbiers, precisamos ter paciência e trabalhar. O resultado vem e o bem prevalece.
E nada supera o trabalho.
Felizes 130 anos de rugby no Brasil. Parabéns a todos que são parte desta história.
Crédito: FotoJump